quarta-feira, 25 de março de 2009

Itacoatiara e Parintins recebem PAC

Arleilton Bezerra do Vale

MANAUS - Depois de Manacapuru é a vez dos municípios de Parintins e Itacoatiara serem beneficiados, no Amazonas, com os serviços dos Prontos Atendimento aos Cidadãos (PACs). O primeiro será entregue a ilha Tupinambarana no mês de junho, antes do Festival Folclórico de Parintins.

Já em Itacoatiara, a chegada do PAC está na dependência apenas da liberação da compra do terreno, pela Comissão Geral de Licitação (CGL). Uma média de 180 mil pessoas será beneficiada. A confirmação da expansão dos PAC’s foi dada pelo ouvidor-geral do Estado, deputado licenciado Francisco Souza.

A saga dos PACs pelos interiores do Amazonas teve início ano passado quando Manacapuru foi contemplado com o projeto do governo do Estado.
Em Manaus existem cinco unidades espalhadas em cinco zonas da cidade. No último dia 20 de março, O PAC São José, na Zona Leste, comemorou 11 anos de atividade.

A frente da Ouvidoria do Estado há oito meses, Francisco Souza, disse que o objetivo do trabalho da instituição é fortalecer a cidadania, ouvir sugestões, apurar o desempenho dos órgãos públicos no sentido de intermediar as relações entre a população e o governo.

Nos PACs, ainda segundo Souza, os serviços mais procurados são da Manaus Energia, serviço militar e pagamentos de contas. O PAC oferece, para a população de baixa renda, um curso de informática básica. A próxima turma terá inicio na primeira quinzena de abril As inscrições podem ser feitas em qualquer PAC de Manaus.

Adrianópolis ganha Centro Esportivo

Israel Carvalho

MANAUS - Os moradores do bairro Adrianópolis, na Zona Centro-Sul de Manaus, têm um motivo a mais para se orgulhar do local onde moram. Eles ganharam um espaço destinado à prática esportiva, que também oferece cultura e lazer para a comunidade. Trata-se do Complexo Esportivo “Vila Amazonas”, inaugurado no dia 22 de fevereiro deste ano, pelo prefeito Amazonino Mendes o vice-prefeito Carlos Souza. O novo espaço cultural será utilizado para o lazer dos moradores com diversas atividades, entre elas, dança e teatro.

A inauguração foi repleta de atrações como dança ginástica e futebol de salão com o prefeito dando o chute inicial nas partidas. O logradouro, que oferece ampla área poliesportiva e parquinhos para as crianças, já conta com a participação de aproximadamente 500 pessoas por dia. Quem ganhou com a movimentação no local foram vendedores ambulantes que aproveitam para vender seus produtos e garantir o alimento da família.

Satisfação
Os moradores transformaram o local num agradável ponto de encontro para a prática de esportes e lazer, inclusive no período noturno, uma vez que os espaços são todos iluminados. O comerciante Alex Xavier está satisfeita com a obra e conta que o bairro mudou completamente após a inauguração do centro esportivo. “Temos opções de lazer para toda a família, nossa rotina não é mais a mesma depois dessa área de lazer. Estamos muito felizes”, comentou o comerciante.

O Centro Esportivo começou a ser construído ainda na gestão do antigo prefeito de Manaus, Serafim Correa. A conclusão dele durou 120 dias.

Jornalista, só com diploma

Rafael Nobre

ARTIGO - A tarefa de reportar os fatos é o trabalho do jornalista, que se ramifica em outras funções com especificidades características. E para exercer este trabalho, o jornalista precisar estar munido de conhecimento e convicção daquilo que faz. Porém, isso não é tudo. É necessário ter um diploma comprovando que o indivíduo cursou a faculdade de comunicação social com habilitação em jornalismo e, portanto, está apto a trabalhar como jornalista profissional.

No meio do trabalho de jornalistas existem diversos profissionais que não são necessariamente da área de comunicação, mas se intitulam como tal. É o caso de pessoas com ideais ousados – e gananciosos – conhecidas popularmente como políticos. Estas pessoas utilizam a miséria das camadas menos favorecidas da sociedade para pleitear cargos eletivos, com representatividade e salários igualmente amplos. Para tanto, instalam verdadeiros circos em estúdios de televisão, e vendem a idéia de que são os salvadores daqueles que pensam estar representando.

Essa foi apenas uma situação onde o diploma de jornalista poderia e deveria ser exigido, para nos poupar de tão deplorável manifestação televisiva. Mas para tristeza do nosso censo crítico e capacidade de percepção audiovisual, isso ainda não ocorre.
Para alguém que cursou faculdade é inadmissível pensar que qualquer um pode ser reconhecido como jornalista, já que os profissionais bem intencionados passam quatro anos ou 1.460 dias estudando para obter tal titularidade.

Além dos políticos, quer dizer, pessoas com boas intenções que visam o bem comum, há profissionais de outras áreas que também se aventuram na fina arte de transformar letras soltas ao vento, em algo passível de admiração e fonte de informação. São os sociólogos, psicólogos, antropólogos, economistas e cientistas políticos. Além de cantores, atores e escritores, entre tantos outros, possuidores de incrível imaginação e ausência de autocrítica.

Essa combinação costuma produzir a seguinte tese: eu sei falar bem, observo as coisas ao meu redor e consigo transformar isso em palavras, colocando umas vírgulas aqui, uns pontos ali. E acima de tudo, sei segurar microfone e olhar para a câmera, pois quando for jornalista serei muito famoso. É um caso a ser estudado por psicanalista, é lamentável que nem todos percebem isso. A circunstância relatada anteriormente é conhecida como déficit de atenção, sendo observada em crianças com menos de seis anos de idade.

Apesar de o Brasil ser um dos poucos países a reconhecer o portador de diploma do curso superior de comunicação social com habilitação específica, como jornalista autêntico, a conjuntura comunicacional da nação não é uma das melhores. Existem profissionais medíocres que permutam seu dever de informar somente a verdade e a veiculação de dados que favorecem terceiros, em detrimento do interesse público, por exemplo.

Desde 2001, tramita no Superior Tribunal de Justiça (STF), processo judicial onde o Ministério Público Federal (MPF) questiona a obrigatoriedade da exigência do diploma de jornalista para o livre exercício da profissão. O MPF baseia-se no artigo 5º da Constituição Federal, que garante a liberdade de expressão, além de não concordar que o Decreto-Lei 972 de 1969 seja aceito pela Constituição com força de lei. Estes argumentos foram repelidos pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e sindicatos de todo o país, que recorrem da decisão deferida em primeira instância, favorável ao MPF. Resta-nos aguardar pelo julgamento definitivo do STF. Enquanto isso, na República Federativa (Indecisa) do Brasil: jornalista, só com diploma.

Circo da China atrai multidão em Manaus

Adriana Araújo

MANAUS - Conhecido em todo o mundo pelos seus shows grandiosos, o Circo da China fez sua estréia em Manaus, no último dia 12 de março e levou um grande público para o Centro de Convenções do Studio 5 Festival Moll.

A trupe esteve na cidade para apresentar o espetáculo “Piratas”, uma encenação que alia técnicas tradicionais com um roteiro de inspiração futurista. Em clima de aventura e, inspirados no filme Piratas do Caribe, os artistas apresentaram as estripulias de bandidos que cruzam os mares roubando mercadorias. Tudo isso com direito a iluminação e tecnologia de superprodução.

Os números de atrações internacionais que aliam danças, movimentos acrobáticos, sonoridade percussiva e efeitos visuais apresentados pelo Circo da China, têm sido premiado em várias competições realizadas na Europa e também em olimpíadas.

O elenco chinês é composto por jovem na faixa etária entre 13 e 20 anos. São bailarinos, ginastas, acrobatas, contorcionistas e esportistas que são convidados a estudar, treinar e morar na escola mantida pelo circo.

Em Manaus, as apresentações aconteceram em dois dias. Depois eles seguiram com a turnê pelo Brasil, onde visitarão mais de 30 cidades entre o norte e o sul do país.
Em 35 anos, sua trupe visitou inúmeros países e regiões desempenhando um papel importante de divulgação da cultura chinesa. O espetáculo, voltado para toda família, tem mais de 50 anos de história.

O jornalista, seu texto e o Google

Rafael Nobre

ARTIGO - O jornalista de jornal impresso, revista ou internet ama o seu texto com todas as forças. Gosta mais do texto que da pessoa com quem ele juntou as escovas de dente. Essa paixão vai além do quanto ele gosta de viajar a trabalho, com a empresa pagando tudo, é claro. Isso vai além do sorvete de chocolate ou da crítica de cinema feita por ele e que todos concordaram. Isso já era de se esperar, afinal, ele viu o texto nascer quando ainda era apenas uma pequena pauta que o editor passou com um certo desdém.

No processo de redação, o jornalista tem que analisar as possíveis fontes de pesquisa instantâneas, como sua bagagem cultural, um baú inesgotável de conhecimento superficial que serve de ponto de partida para um longo e belo texto, e é claro, o Google. Todo jornalista é um grande generalista, um especialista que sabe de tudo um pouco. Ele não precisa conhecer o nível de acidez do rio Negro, que torna suas águas escuras o suficiente para lhe garantir esse nome, mas tem que estar ciente que aquele rio não é escuro por acaso. Isso já basta para aguçar o sentido-aranha do jornalista e garantir uma pesquisa regular, que sirva como gancho a uma grande reportagem digna do prêmio Esso.

Nesse processo de produção textual, o Google é um grande parceiro. O site de buscas mais acessado do mundo, possuidor da marca de maior valor de mercado há quatro anos consecutivos, pode render mais do que se imagina. Mas, voltando ao texto em si, quando o jornalista recebe a pauta e a explicação sobre o que o editor espera daquele tema e suas possíveis abordagens, a mente do jornalista já começa a maquinar o que ele fará para atingir as expectativas do seu chefe.

Começa quase sempre assim: O repórter senta na sua cadeira e verifica os e-mails e demais fontes de comunicação existentes na Internet que possam garantir uma pauta melhor que aquela proposta – quando existe a opção de mudar de pauta, uma verdadeira raridade. Depois pensa melhor na pauta e começa a viajar no assunto. Olha para a tinta descascando da parede da redação que parece com a cabeça já desprovida de cabelo do diretor da redação, e inicia o alinhamento das palavras. Ele imagina o texto ganhando vida na fonte Times New Roman, corpo 12 e cor preta. Depois vem aquele sorriso de satisfeito e o olhar perdido, indicando que já está na hora de passar as idéias para o computador. Quando termina de digitar, lê uma, duas, três, quatro vezes. E, por fim, está pronto. A criação que saiu das profundezas da sua cabeça e dos links do Google pode finalmente ser entregue ao editor.

O editor pega o texto e, como um juiz, tem o poder de condenar ou absolver o texto. Para não perder a reputação de inteligente e dizer que seu conhecimento está acima da média dos repórteres e fazer jus ao cargo que ocupa, pede para o parágrafo final ser reescrito, pois a idéia final precisa ser mais “amarrada”. Este é o final feliz da saga do pequeno texto. O final triste seria o editor utilizar o back space mais que deveria e cortar metade da produção intelectual do pobre jornalista. Isso o condenaria a reescrever tudo e passar pelo processo de criação novamente.
Não que escrever seja uma tortura, mais refazer do início e conceber uma nova idéia daquilo que já está ou estava pronto, não é nada fácil. Mas esta é a vida do jornalista, um dia é do repórter, outro do editor. Só mesmo o repórter para tratar o texto com todo o afeto que ele merece. E só um editor para não entender isso.

Estudar com os pais

Altimar Nascimento

MANAUS - Até bem pouco tempo estudar na mesma turma de faculdade do pai ou da mãe era considerado o maior “mico” pelos jovens acadêmicos. Hoje, dividir a atenção dos professores, a mesma instituição de ensino e, em certos casos, até a mesma sala de aula, virou motivo de orgulho para muitos universitários, que passaram a incentivar os “coroas” a voltarem para o banco escolar em Manaus.

Na Faculdade Boas Novas (FBN), no bairro Japiim, Zona Sul, por exemplo, é comum encontra pais e filhos dividindo o mesmo espaço geográfico da sala de aula em busca de conhecimento e crescimento profissional. É de Maria Conceição Matos (57) e Lidiane Matos (24), mãe e filha respectivamente, que cursam o 7º período de Comunicação Social, habilitação em Relações Públicas.

Mãe e filhas estão juntas na instituição de ensino desde o ano de 2006, quando foram aprovadas no processo seletivo. De período em período elas dividem a mesma sala há quase quatro anos.
A mãe é enfermeira técnica e tem jornada dupla. Trabalha em dois hospitais. O Pronto Socorro Criança (Caymmi), no bairro da Compensa, Zona Oeste, e no Hospital Adriano Jorge, no bairro Cachoeirinha, Zona Sul.

Ela trabalha duas vezes por semana em cada hospital e, mesmo assim, consegue dar conta da faculdade. Tudo porque a filha a incentiva a continuar quando as forças estão chegando ao fim. “Ás vezes fica difícil conciliar andar de ônibus, morar distante da faculdade e ainda chegar tarde em casa. Mas eu a ajudo bastante”, disse a filha Lidiane.

Ciúmes
Recém casada – dois meses de casamento – Lidiane se considera a filha coruja. Tem ciúme da mãe na faculdade e às vezes fica irritada com as coisas que ela fala em sala de aula, ao mesmo tempo em que se surpreende com a espontaneidade de Conceição.

Para Lidiane, estudar com a mãe não é vergonha nenhuma As duas só fazem trabalho juntas e nos seminários estão sempre na mesma equipe. Quando acontece uma exceção de ficarem separadas é por sugestão do professor. Apesar de toda amizade, elas sentam distante uma da outra, mas sempre colaboram na hora de fazer os trabalhos. “Na sala de aula ela é como se fosse apenas colega de curso”, ressaltou Lidiane, ao falar sobre a relação de ambas durante as aulas.

Tanto a mãe quanto a filha concordaram que essa experiência fortaleceu os laços de amor. O convívio em sala de aula ajudou as duas se conhecerem melhor.