sexta-feira, 24 de abril de 2009

Rádio Fluvial mantém turista informado no Porto de Manaus


MANAUS - Jaimar Saraiva tem 43 anos e atualmente cursa o 5º período de Direito. Radialista profissional, com 25 anos de carreira, ele é responsável em manter os turistas e transeuntes (pessoas que circulam pelo local) informados, entre outras coisas, sobre a chegada e saída de barcos e navios no Porto Privatizado de Manaus. O serviço é feito pela Rádio Fluvial, que está em funcionamento há pouco mais de cinco meses e já caiu no gosto do ouvintes.
Em entrevista cedida ao Blog Jornalide, Saraiva, que comandou o programa Cidadania e Direito, com música, notícias, entrevista e reportagem, veiculados de segunda-feira a sexta-feira pela Rádio Rio Mar, fala do surgimento da Rádio Fluvial, dos serviços por ela oferecidos, de projetos de expansão e faz um alerta: falta segurança na área externa do Porto de Manaus.

Raina Felix e Cineia Brelaz


Jornalide - De quem foi a ideia de criar uma rádio dentro do Porto Hidroviário de Manaus?
Jaimar Saraiva – O projeto surgiu quando observei a grande necessidade dos os passageiros em obter informações precisas das saídas e chegadas dos barcos. O número de naufrágios e acidentes envolvendo embarcações era grande e relevante, então em uma coletiva de imprensa com o almirante da Marinha, Pedro Fava, aproveitei para sugerir a sonorização da orla e da parte interna do porto através da criação de uma rádio. A Marinha já fazia um excelente trabalho de orientação e prevenção através de folders e impressos, mas nosso povo ribeirinho não gosta muito de ler. A rádio viria para complementar esse serviço.

J – A rádio funciona há quanto e qual é o alcance dela?
JS – A rádio funciona há cinco meses e, por enquanto, está sendo direcionada aos nossos transeuntes e passageiros do Porto de Manaus. O píer (local onde atracam os barcos e navios) está todo sonorizado, a parte interna onde recebemos os passageiros também está sonorizada. A externa, que dá cobertura para a Praça da Matriz, onde se concentra um grande fluxo de pessoas por causa do terminal de ônibus, também está sonorizada. Portanto, há cinco meses a população do terminal de ônibus central ouve a Fluvial.

J–
Quantas pessoas trabalham na Fluvial e quais os dias de funcionamento da Rádio?
JS – Trabalha conosco um grupo de quatro pessoas distribuídas na parte burocrática, comercial e de apoio. Nosso expediente normal é das 6h às 18h. Funcionamos todos os dias da semana. Também trabalhamos aos domingos quando tem navios transatlânticos. Quando não tem, não há expediente.

J -
Quais os serviços prestados pela fluvial?
JS – Além de informações sobre as saídas e chegadas das embarcações, a Fluvial oferece o serviço de utilidade pública como perdidos e achados, tudo isso de forma gratuita. Os documentos que são levados até a rádio são entregues aos donos protocolados. Para receber os documentos perdidos, eles precisam comprovar que são os proprietários por meio de documentação ou procuração reconhecida em cartório, em caso de terceiros. Inclusive hoje, a rádio está buscando uma parceria junto aos jornais Diário do Amazonas e Amazonas Em Tempo para que nos finais de semana seja vinculado uma relação com os mais de 200 documentos que se encontram no achados e perdidos da Fluvial.

J – De onde vem tanto documento perdido?
JS – Sinceramente eu tenho até vergonha de falar, mas é uma verdade e uma realidade. Parece brincadeira, mas 95% dos documentos em nossas mãos são de pessoas assaltadas aqui na frente do Porto. Eu pergunto, onde está a segurança pública? Infelizmente isso repercute mal para o Amazonas e pode coibir a vinda de transatlânticos e turistas para nossa cidade.

J-
Algum turista foi assaltado em frente ao Porto?
JS - Recentemente um turista desceu de um transatlântico, foi abordado por assaltantes na frente do Porto. Ele foi espancado e roubado. Agora o Porto e a empresa responsável serão penalizados pelo ocorrido. Eu estou falando de uma situação de nível internacional. Ou seja, é vergonhoso, ‘papagaio come milho e periquito leva a fama’, pois não é obrigação do Porto se responsabilizar pela segurança externa do turista, na parte interna ele se responsabiliza, está trabalhando e já coibiu essa situação. E se as empresas de fora decidirem boicotar o Amazonas por conta disso, como vai ficar o turismo em nossa cidade?

J – Além do achados e perdidos, o que mais a rádio tem feito pela a comunidade local?
JS – Um dos serviços que mais marcou esses poucos meses de existência da Fluvial foi à campanha de arrecadação feita para ajudar Santa Catarina. A campanha contou com ajuda e sensibilidade dos turistas estrangeiros, que através de um documento feito em nome da Rádio Fluvial, foi possível recebermos 500 quilos de alimentos e donativos. Mandamos para o Jornal Diário do Amazonas, que também estava em campanha, fizemos essa parceria e enviamos para Santa Catarina.

J –
Como a rádio se mantém?
JS - A Fluvial se mantém através das parcerias com o Porto de Manaus. Além disso, trinta navios anunciam diariamente. Também fazemos anúncios e comerciais dos barcos, lojas e lojistas do Porto.

J – A rádio Fluvial pretende funcionar pelas ondas FM. Como será isso?
JS - Brevemente vamos entrar em fase experimental. Pode ser através de ondas FM ou FM Comunitária. Nosso objetivo é alcançar, principalmente, o interior do Amazonas. Ainda planejamos futuramente um programa de televisão no mesmo estilo da rádio. Estamos contratando um bilíngüe para passarmos informações aos turistas estrangeiros da cidade de Manaus, como de pontos turísticos a ser visitados.

J – Em sua opinião falta alguma atração para o turista no Porto de Manaus?
JS – Falta algo diferente na recepção dos turistas que chegam a Manaus. O Amazonas é conhecido hoje mundialmente pelo Festival Folclórico de Parintins, que é o maior do mundo. Assim como o Havaí recepciona seus turistas em seu estilo, com músicas, danças e adereços, poderíamos fazer da mesma forma, usando o nosso estilo regional para recepcioná-los de forma diferente.

Botos atraem turistas para Novo Airão


Kamila Mendes

NOVO AIRÃO (AM) - A construção da ponte sobre o Rio Negro, prevista para ser entregue até dezembro deste ano, impulsionou o turismo no município de Novo Airão. Distante 105 quilômetros de Manaus, por via terrestre, a cidade recebe uma média de 1,5 mil visitantes por fim de semana. Já nos feriados prolongados, atinge a marca dos 2 mil. Moradores atribuem esse resultado aos “encantos” dos botos cor-de-rosa, que há 11 anos, atraem turistas do mundo inteiro para a cidade.
No feriado da Semana Santa, por exemplo, a disputa para ver e tocar os animais foi grande. “O maior atrativo turístico do município é a visita aos botos. Novo Airão chega a receber mais de 2 mil turistas por semana, em época de alta temporada”, afirma a proprietária do flutuante Boto Cor-de-Rosa, Marilda Medeiros.

Visitação
Os animais ficam disponíveis para visitação no flutuante de Marilda, no período das 9h às 17h. No local é possível manter contato direto com 16 botos, alimentá-los e, para os mais corajosos, é possível até mesmo nadar com eles.

A “criação” de botos começou naturalmente. Há 11 anos os animais apareceram em volta do restaurante flutuante de Marilda Medeiros. Ela passou a alimentá-los, mas quem começou a amizade com os golfinhos da Amazônia foram as filhas Mariza e Monique. Na época, segundo lembra Marilda, o comportamento das meninas despertou a indignação dos moradores da cidade.
Por ser um animal mítico, cercado por lendas e tradições, a criação de botos nos arredores do Porto de Novo Airão não foi bem vista pela população local. “No início nos chamavam de pitiuzentas(quem cheira a peixe), diziam que éramos loucas por nadar com os botos. As meninas chegaram a apanhar de outras crianças na escola”, conta Medeiros.

Nome próprio
A amizade entre as mulheres e os botos é tanta que cada animal possui um nome próprio. Hoje a família é composta por 16 membros e a tendência é que o número de integrantes aumente.
O ponto de visita e alimentação aos botos representa boa parte da renda familiar de Marilda. Os turistas e visitantes locais pagam uma taxa no valor de R$ 10 pelo prato de pescado, usado para alimentar os animais. Para turistas estrangeiros o preço é R$15.

Além dos botos, Novo Airão oferece ainda como opção turística, a Estação Ecológica de Anavilhanas, arquipélago com cerca de 400 ilhas. Porém as visitas são limitadas aos turistas comuns. A estação Ecológica está aberta para pesquisas científicas, mas dependem da permissão do órgão responsável, que no caso do arquipélago é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis no Amazonas (Ibama).

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Acadêmicos de Jornalismo da FBN fazem visita técnica a Novo Airão


Adriana Araújo

NOVO AIRÃO (AM) - Enquanto muita gente descansou no feriado prolongado da Semana Santa, os acadêmicos do 7º período de Jornalismo da Faculdade Boas Novas (FBN) “suaram a camisa”. Eles passaram o feriado elaborando pautas e produzindo matérias jornalísticas sobre o município de Novo Airão, a 105 quilômetros de Manaus por via terrestre. A visita técnica aconteceu no período de 10 a 12 de abril e fez parte de uma atividade prática da disciplina Webjornalismo, ministrada pela professora Jonária França.

Um total de oito acadêmicos participou da atividade. O diretor de redação do Jornal do Commercio (de Manaus), Eustáquio Libório e coordenador de laboratório da FBN, Dan Lúcio Reis, também integraram a equipe. Durante os três dias os universitários produziram diversas matérias para este blog e para um telejornal laboratório da disciplina Telejornalismo, ministrada pela professora Daniele Gama.

Entre os assuntos abordados está o potencial turístico da região, a prática da piscicultura e a produção de artesanato, principais atividades econômicas de Novo Airão.

Objetivo
De acordo com a professora Jonária França, a atividade teve o objetivo de aproximar os acadêmicos da realidade do município e mostrar como funciona, na prática, o dia a dia de um repórter. “Como futuros jornalistas eles precisam viver a prática e ter a experiência de produzir suas próprias matérias. Uma atividade como esta possibilita esse conhecimento, dá a idéia exata de como é feito o trabalho jornalístico e ainda prepara os alunos para uma realidade fora da sala de aula”, afirmou.

A FBN disponibilizou equipamentos como, câmeras fotográficas, câmeras de vídeos e microfones para a produção das matérias para a TV e a prefeitura de Novo Airão deu todo suporte necessário para a estadia dos alunso.
A acadêmica Estefânia Ruis, conta que a viagem além de servir como atividade acadêmica, ainda possibilitou a eles, agregar conhecimento e adquirir experiência. “O bom de participar de uma viagem como essa é a oportunidade de conhecer mais sobre os municípios do Amazonas e principalmente, colocar em prática o que aprendemos em sala de aula”, entusiasmou-se.

Visitas
Os acadêmicos visitaram locais como o Centro de Atendimento ao Turista (CAT), Associação dos Artesãos de Novo Airão e o Flutuante Leão da Amazônia, que também é um ponto turístico do local. Entre as visitas e passeios realizados, eles tiveram a oportunidade de conhecer dois dos maiores atrativos turísticos da cidade: o arquipélago de Anavilhanas, um dos maiores do mundo, com mais de 400 ilhas e os famosos botos cor-de-rosa. Na ocasião, os estudantes alimentaram os animais e aproveitaram para fazer da visita, um momento de descontração em meio à produção da monografia.

Na opinião da acadêmica Kamila Mendes, a atividade foi uma oportunidade única para todos que participaram. “Nunca estive tão próxima de botos, nem tampouco tive a chance de alimentá-los. Essa experiência é singular. Tivemos a oportunidade de fazer valer o que aprendemos em sala de aula e, principalmente, conhecer as aventuras que um repórter passa diariamente”, comentou Kamila.

Empresa gera 380 empregos em Novo Airão

Entrevista concedida a repórter Raina Felix, com o vereador Jeziel da Silva(PV).

NOVO AIRÃO (AM) - Apesar da crise mundial o município de Novo Airão, a 105 quilômetros de Manaus, é alvo dos investimentos da empresa Anavilhanas Indústria e Comércio de Cosméticos Ltda. A empresa pertence a um grupo de empresários paulistas e se instalará no município ainda no mês de abril.

Em entrevista cedida ao Blog Jornalide, o representante do prefeito na câmara Jeziel da Silva (foto), diz que a instalação da fábrica é muito positiva para a população local. Inicialmente a empresa vai gerar 80 novos empregos para os novoairenses e promete aumentar para 300 nos três primeiros anos de implantação.

A empresa produzirá shampoo, condicionador, máscaras de hidratação profissional, óleo e essências em pó com matéria-prima extraída de sementes, folhas e frutos regionais. “Os proprietários são empresários que já possuem investimentos no Pólo Industrial de Manaus no setor de injeção plástica e agora ampliam os negócios investindo no setor de cosméticos em Novo Airão”, destacou.

Atualmente mais de 90% dos empregos no município são gerados pela prefeitura. O vereador atribui esta realidade ao fato de Novo Airão possuir 85% de sua área verde preservada por lei, restando apenas 15% para a população gerar renda, o que, segundo ele, não é suficiente.

“A prefeitura hoje é o pai e mãe da maioria dos empregos locais, fica difícil ter dez mil pessoas na cidade e ter que gerar emprego para oitocentos e até mil pessoas”, afirma Silva.

A chegada da empresa Anavilhanas aumentou as expectativas de geração de empregos para a população. Na opinião do prefeito, a empresa ajudará a divulgar a cidade conhecida como a terra dos botos cor-de-rosa.

O turismo é destaque econômico de Novo Airão, que é conhecido por suas belezas naturais como o Arquipélago Anavilhanas, o Parque Nacional do Jaú, Velho Airão e as produtoras de artesanato.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Insegurança no Porto de Manaus pode impedir vinda de transatlâncos ao AM

Cineia Brelaz e Raina Felix

MANAUS - A capial do Amazonas é um cartão postal com uma diversidade de opções e monumentos arquitetônicos para quem a visita. Entre os pontos de destaques estão o fenômeno do encontro das águas, Teatro Amazonas, Palácio Rio Negro, Igreja São Sebastião, Mercado Adolfo Lisboa, Praça da Matriz e muitos outros.

É justamente por conta de atrativos turísticos como estes que Manaus está na rota dos navios transatlânticos. Há vinte anos, a capital amazonense é parada obrigatória para os turistas do Brasil e do mundo. Em entrevista ao Blog Jornalide, o gerente da ISS Marine Service LTDA (região da norte) - empresa responsável pela vinda de transatlânticos para Manaus - Gilberto Costa, fala sobre os benefícios que turismo trouxe para a cidade, que ao mesmo tempo não oferece, em algumas áreas, conforto suficiente para os visitantes. Um exemplo é a falta de abastecimento interno do Porto de Manaus e a falta de segurança para os turistas na parte externa do local.

Jornalide - Como é programada a passagem desses transatlânticos por Manaus?
Gilberto Costa – Na verdade tudo segue um agendamento que é feito com um ano de antecedência, eu sou o responsável por essa programação e agendamento de cada navio através da ISS Marine Service LTDA.

J - Quais são as exigências por parte dessa empresa para que Manaus faça parte da rota desses navios?
GC – A segurança na área interna do Porto é uma das principais, mas isso a empresa tem conseguido cumprir, assim como a manutenção, limpeza, higiene e também o cuidado com os turistas.

J – Tem uma época específica para a chegada dos transatlânticos ao porto ou isso acontece durante todo o ano?
GC – Na verdade temporada começa a partir do mês de outubro de um ano e segue até o mês de maio do ano seguinte. Dentro dessa temporada, os navios devidamente agendados começam a aportar. Claro que a capacidade do Porto suporta no máximo três navios.

J – Que setores são beneficiados por Manaus fazer parte dessa rota?
GC- Entre todos os benefícios o financeiro é o maior, mas a cidade e a população de várias formas. O guia turístico, o vendedor de artesanato, os comerciantes em geral, o próprio porto cobrando suas taxas, o Estado também que cobra taxas de impostos, enfim, a economia como um todo acaba sendo beneficiada.

J – Os transatlânticos têm uma rota, um roteiro a seguir, mas caso alguém queira seguir a partir de Manaus em diante, é possível ou são pacotes fechados?
GC – Sim, é perfeitamente possível desde que o interessado entre em contato com a agência responsável pelo navio e faça o checkin, não há problema nenhum.

J – É verdade que acontece com muita freqüência constantes assaltos aos turistas?
GC – Sim, infelizmente tivemos recentemente cinco assaltos à turistas de dois navios, um turista do navio Artemis e outros quatro turistas do navio Seabourn Pride, todos foram assaltados na saída do Porto, em frente à Praça da Matriz. As vítimas que tiveram seus objetos roubados ficaram tão traumatizadas que afirmaram nunca mais retornar a Manaus.

J – Além dos assaltos, o que mais falta para melhorar a recepção do turista em Manaus?
GC – Precisamos melhorar o abastecimento de água na parte interna do Porto. Atualmente isso é um grande problema.