sábado, 2 de maio de 2009

Anavilhanas mistura biodiversidade e lazer

O pacote para Anavilhanas custa entre R$120 e R$400

Kássia Macedo

ANAVILHANAS, NOVO AIRÃO (AM) - Quem deseja conhecer as belezas naturais existentes no Amazonas pode se render aos encantos de Novo Airão. A cidade fica a 105 quilômetros de Manaus e oferece várias opções de lazer. Uma delas é o Arquipélago de Anavilhanas, um dos maiores do mundo. Situado no Rio Negro, o local merece exclusiva atenção não só por sua viva beleza cênica, mas pelas espécies naturais que oferece aos visitantes. O pacote do passeio custa de R$120 a R$400 por pessoa, para uma viagem de duas horas.

No período de cheia, de janeiro a agosto, metade das ilhas fica submersa e as praias, comuns no período de seca, desaparecem. O arquipélago é constituído por cerca de 400 ilhas, inúmeros igarapés, paranás (canal que liga dois rios), além de diferentes formações florestais. Anavilhanas abriga grande biodiversidade de animais e vegetais e, com destaque para os ameaçados de extinção como peixe-boi, botos, pirarucus, onças-pintadas, tartarugas e espécies que não são encontradas em nenhum lugar do mundo.

Para garantir que a visitação em Anavilhanas seja de caráter educativo, como o Plano de Manejo da Unidade, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em parceria com outros órgãos e instituições, criou no local, o programa “Visitação Educativa”. Esse programa regulamenta as atividades de visitação e capacita barqueiros e operadoras de turismo para atuarem nos pontos turísticos, trabalhando, ao mesmo tempo, a educação ambiental com temas locais que envolvam o contexto da floresta Amazônica.

A esperança dos guias turísticos é que, com a chegada da ponte sob o Rio Negro, aumento o número der turistas na cidade. Jean Christopher é um dos guias turísticos de Anavilhanas. Ele acredita que haverá maior movimentação do turismo em Novo Airão porque as pessoas não precisarão fazer a travessia de balsa. “Com a construção da ponte vai aumentar o interesse dos turistas em conhecer o lugar, pois é o segundo maior arquipélago mundial de água doce, isso atrai a curiosidade dos turistas, principalmente os estrangeiros”, comentou.

Vale ressaltar que não é permitido em Anavilhanas, acampar, caçar, transportar e comercializar animais silvestres. Também é proibido depredar a vegetação, inclusive à extração de madeira e coleta de plantas, fazer queimadas, portar armas ou instrumentos destinados ao corte, caça, pesca ou quaisquer outras atividades prejudiciais a fauna e flora.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Palacete Provincial resgata história da PM

O Palacete é o mais novo ponto turístico da cidade, possui diversos espaços culturais e está aberto ao público durante a semana

Rafael Nobre

MANAUS - A Polícia Militar (PM) do Amazonas acaba de ganhar um museu (Tiradentes) reservado para preservar e difundir sua história. O Museu Tiradentes está localizado no pavimento superior do Palacete Provincial, antiga Praça da Policia, na Avenida Getúlio Vargas, centro da capital amazonense.

O Palacete Provincial foi restaurado e reinaugurado pela Secretaria Estadual de Cultura (SEC) e oferece diversos espaços culturais. Com visitação semanal de 5 mil pessoas, o Palacete é o mais novo ponto turístico da cidade e possui ao seu redor, três pequenas praças: Heliodoro Balbi, Roosevelt e Gonçalves Dias.

Exposição
Para chegar ao museu da PM é necessário passar pela exposição volante Esculturas do Mundo, que está com 40 réplicas oficiais de esculturas do Museu do Louvre, de Paris. A sala inicial do Museu Tiradentes é composta pelo gabinete de Comando da Polícia. As paredes são cobertas por quadros e estantes, espadas, escudos e armaduras medievais de Portugal. O piso de madeiras, os tapetes e móveis em madeira com couro são todos originais da época em que o Palacete era o Comando Geral da Polícia Militar do Amazonas.

Avançando pelo museu, composto somente de mais uma sala, os visitantes encontram um “caminho”, que conta toda a história da polícia no Estado. O local, denominado Exposição Flagrantes da História, disponibiliza diversos painéis com textos e imagens que ilustram o que é falado pelos guias. Na exposição são encontradas armas e munições de diversos séculos, além dos uniformes que a polícia já utilizou. Existe ainda uma coluna com instrumentos de sopro, utilizados em apresentações dos soldados como as comemorações da Independência do Brasil. Oito guias fazem o acompanhamento no museu, que conta com a presença de quatro policiais responsáveis pela segurança permanente nas duas salas, devido às armas e munições expostas.

Nas vitrines onde ficam as armas e munições os visitantes podem sentir a sensação dos disparos por meio de fones de ouvido. O som dos tiros assusta alguns curiosos, que não passam mais de três segundos com os equipamentos. Após os armamentos, está a vitrine de medalhas com todas as condecorações expedidas pela PM do Brasil. Ao lado fica uma réplica (com metade do tamanho) de uma cela, que mede 1,7m de altura por 1,5 m². Conforme os guias, no passado, a cela original era usada para “punir” quem desobedecia às regras do Comando da Polícia e, chegava a abrigar seis presos.

Os visitantes mais curiosos podem experimentar 30 segundos dentro dela, como relatou a secretária Juliana Cavalcante (26). “Eu me senti como se o local estivesse diminuindo. Não dá para se mexer direito, não tem onde sentar e a temos a sensação de que não vamos conseguir respirar direito aqui dentro”, comentou.

Corpo de Bombeiros
A última área da exposição é destinada ao Corpo de Bombeiros, que em 1998 foi desvinculado da PM, passando a chamar-se Corpo de Bombeiros Militar. Ao longo da segunda sala, estão disponíveis vídeos institucionais com história da Corporação. O visitante também pode apreciar uma bandeira do Brasil da Guerra de Canudos de 1897, ainda manchada de sangue e com furos de balas. A janela com aproximadamente 25 centímetros quadrados é insuficiente para ver a bandeira. “Acho que a bandeira deveria estar numa vitrine grande, como fizeram com as armas. Quase não consegui ver o que tinha naquela janelinha, fiquei procurando os furos das balas”, sugeriu o analista de sistemas Tomás Azevedo (41). Ele disse ainda que as janelas do palacete são bem mais interessantes, pois, dão uma vista privilegiada de todas as praças. “É bem melhor que procurar uma escondida”, garantiu.

Crianças e adolescentes são maioria no Palacete Provincial

O Blog Jornalide visitou o Museu Tiradentes no fim da tarde do último sábado (18 de abril). Apesar de ser proibido filmar ou fotografar no interior do Palacete, o local recebu grande número de visitantes. De acordo com a contagem dos guias, feita manualmente, até o horário da visita do Jornalide, um total de 450 pessoas já tinha passado pelo Museu Tiradentes. “Diferente do que se espera para um público de museus, temos recebidos muitas crianças e adolescentes, que somam mais de 50% do público”, disse o guia André Silva (20), acadêmico de Turismo da Universidade Estadual do Amazonas (UEA).

As três praças e o Palacete Provincial são protegidos ininterruptamente pela própria PM e pela Comissão Permanente de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico. O Palacete funciona de terça-feira a sexta-feira, das 9h às 17h; aos sábados das 10h às 19h e aos domingos das 16h às 21h. Para atender a demanda, a SEC mantém o lugar aberto por mais uma hora nos fins de semana.

Construído em 1861 para ser a residência do capitão da Guarda Nacional, o Palacete só recebeu este título em 1874, após ser comprado e ampliado pelo presidente José Bernardo Michilles. Durante o governo efetivo de Eduardo Ribeiro (1892-1896), o Palacete tornou-se o Comando da Polícia Militar. Hoje o prédio está tombado em conjunto com a Praça Heliodoro Balbi e o Colégio Amazonense D. Pedro II, como patrimônio da história nacional.

O Palacete Provincial está pintado nas cores originais (marrom e amarelo), possui dois andares, grades janelas verticais em todos os lados, dispostas paralelamente. As janelas do segundo andar possuem sacadas na cor branca, mas nunca são abertas.

Se não fossem pelas placas indicativas, as três praças seriam apenas uma, tal a proximidade entre elas. Com um pequeno lago artificial, duas pontes e três chafarizes, este conjunto de praças está sempre com crianças brincando, casais passeando abraçados e idosos conversando sentados nos 53 bancos de cimento trabalhado. Há 49 árvores e oito esculturas em bronze e ferro, réplicas das originais. As estátuas da deusa grega Diana e de D. Pedro I se destacam por seu tamanho natural e riqueza de detalhes. Além destas, há dois guardas de ferro ladeando a entrada do Palacete, chamados de zuavos. A escultura da esquerda lembra um soldado gaúcho com calças folgadas e as botas características daquela região. O colete dele remete aos piratas ingleses do século XVI. O outro é um típico soldado da época do Brasil Império, quando a capital ainda era a cidade do Rio de Janeiro. Existem ainda dois espaços para apresentações musicais diárias, sempre no fim da tarde e início da noite. (RN)

domingo, 26 de abril de 2009

Manaus expõe achados arqueológicos

Os fragmentos e objetos antigos, que pertenciam à Igreja Nossa Senhora da Conceição, estão disponíveis para visitação no laboratório de arqueologia, no Palacete Provincial

Cinéia Brelaz Grana


MANAUS - Quem tem interesse em conhecer um pouco da história arqueológica de Manaus pode se dirigir ao Palacete Provincial, localizado na Avenida Sete de Setembro, Centro, nas Praças Heliodoro Balbi e Gonçalves Dias Roosevelt. O local foi inaugurado na primeira quinzena de abril e disponibiliza o Laboratório de Arqueologia Alfredo Mendonça de Souza, onde são colecionados os fragmentos e objetos encontrados nas redondezas da Praça Nossa Senhora da Conceição, a Praça da Matriz.

Aberto para visitação de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 18h e nos fins de semana, das 8h às 19h, com entrada gratuita, o laboratório de arqueologia tem recebido uma media de 200 pessoas por dia. De acordo com os guias do local, a curiosidade pela história da cidade é uma das responsáveis pela demanda dos visitantes.

O pastor evangélico Adelson Quiroz (53) compõe as estatísticas de pessoas com interesse pela arqueologia da capital amazonense. Em visita ao museu, disse estar admirado por ver tantas coisas importantes para a cultura da população manauara. Para ele, ver o resgate de parte da história da cidade é gratificante. “Eu pretendo voltar aqui para conhecer melhor o museu. Revivi o passado olhando esses fragmentos encontrados na Praça da Matriz”, contou o pastor.
O laboratório de arqueologia recebe objetos encontrados dentro e fora cidade, desde que tenham alguma ligação histórica com Manaus, como explica o estudante de Sociologia, Fabiano Costa. “Aqui também são feitas as pesquisas sobre os objetos encontrados”, disse Fabiano, que é responsável pela orientação aos visitantes, no Laboratório de Arqueologia Alfredo Mendonça de Souza.

Serviço
Para chegar ao Palacete Provincial de qualquer zona da cidade, basta pegar os ônibus via-centro e parar próximo à antiga passarela da Sete de Setembro.
O sítio arqueológico é responsável por informações de caráter mais geral com padrões de assentamento, organização social, distribuição espacial e o trabalho no laboratório, onde é possível obter informações específicas como métodos e técnicas de fabricação e, os tipos de matérias-primas usadas.

Os materiais arqueológicos encontrados na Catedral de Manaus foram tratados no laboratório e totalizam 795 sacos de peças fragmentadas da cultura do século XIX e XX. Ao todo foram catalogados 40 mil recipientes de vidro, fragmentos de louça, garrafas de coca-cola, cerâmica, lajota e metal. Entre os objetos estão garrafas de enfeite importadas de Portugal e Inglaterra. Faz parte do acervo inclusive material indígena, como um cachimbo moldado em argila. Todos os objetos estão expostos no laboratório.

Vivo começa operar em Novo Airão


A empresa de telefonia móvel é a primeira a se instalar no Município

Israel Carvalho e Raina Félix

NOVO AIRÃO (AM) - Depois de anos a espera da rede de telefonia móvel, os moradores de Novo Airão, a 105 quilômetros de Manaus, terão acesso ao sistema. A operadora Vivo, em parceria com a Prefeitura local, vai implantar sua primeira torre no município. A inauguração está prevista para este semestre.

A chegada da rede de telefonia móvel em Novo Airão vai tirar os mais de 15 mil moradores da “escuridão” tecnológica. Na terra dos botos cor-de-rosa os serviços de comunicação ainda são precários. Conhecido no Brasil e no exterior por suas belezas naturais e exóticas, o município dispõe apenas de uma emissora de televisão e não possui sistema de rádio. Telefonia celular é uma reivindicação antiga da população, que recebe a visita de mais 500 pessoas por semana, entre turistas locais, estrangeiros e curiosos.

O empresário Antonio da Silva Coelho, que costuma visitar a cidade nos feriados e fins de semana, reclama por não poder se comunicar por celular na cidade. “Eu sempre venho de Manaus passear com minha família em Novo Airão, mas uma coisa me incomoda: o fato de não poder fazer contato por telefone celular para outro lugar”, disse.

Mudança

Mas, a situação começou a mudar a partir deste ano em Novo Airão. O município passa por uma revolução no sistema de comunicação com a chegada da operadora Vivo. A empresa está com as obras de instalação da primeira antena em fase de acabamento. A torre de transmissão mede cerca de 75 metros de altura e tem capacidade de oferecer cobertura para toda a cidade.

Os trabalhos de implantação começaram há cerca de dois meses e, segundo o prefeito do município, Leosvaldo Roque Migueis (PSDC), as obras já têm prazo definido para finalização. “A partir do dia 20 de abril a população novoairense e todos que nos visitam, poderão utilizar os serviços de telefonia celular, pois as obras estão bem aceleradas”, afirmou o prefeito Leosvaldo, destacando que o terreno onde está localizado a torre foi doado pela Prefeitura.

A Secretaria de Obras do município tem dado todo apoio ao empreendimento. Ao todo são 12 funcionários trabalhando diariamente, seis na construção do muro e seis no levantamento da torre. A expectativa é que, com a chegada da operadora, todos os setores sejam beneficiados com o novo sistema de comunicação.