quarta-feira, 13 de maio de 2009

Cemitério é o local mais visitado pelos gótico


Kássia Macedo

MANAUS - Os góticos preferem andar à noite e costumam se vestir de preto. O cemitério é um dos locais mais visitados por quem segue um estilo de vida considerado diferente. Os adeptos do estilo gótico sempre foram voltados aos movimentos musicais, literários e arquitetônicos. Possuidores de um humor um tanto quanto incompreendido, são chamados de depressivos, por
acharem beleza e graça até nas coisas que, para uma sociedade seriam comuns, eles vêem belos e artísticos.

Uns adotam o preto por gostar da cor, outros gostam apenas de chocar com o impacto visual, isso significa, para a eles, um respeito aos mortos. A maquiagem não é obrigatória, mas é usado para incrementar o visual e manter algo mais depressivo.

Este é o mundo dos góticos, sombrio e languidamente romântico. Uma eterna busca, guiada pela noite e seus mistérios. Porque os góticos gostam tanto de cemitério? Quem vai explicar é a gótica Leilane Albuquerque, de 24 anos, que há 4, faz parte de um grupo de góticos.

Confirma o depoimento dela no vídeo produzido no Cemitério São João Batista, em Manaus.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Família sobrevive com trabalho no Cemitério


Trabalhador tem renda média mensal de R$ 2,2 mil cuidando de sepulturas no São João Batista


Arleiton Bezerra do Vale

MANAUS - Há 18 anos Raimundo Rodrigues Filho (51). Raimundão construtor, como é conhecido, ganha a vida no Cemitério São João Batista, cuidando e construindo túmulos. “Um túmulo com três gavetas custa em média R$ 3 mil, eu dando todo o material e sobram R$ 2 mil de lucro’’, contou.

Com uma renda mensal de R$ 2,2 mil, Raimundo sustenta as quatro pessoas de sua família e, segundo ele, tudo que conseguiu na vida é fruto de seu trabalho no cemitério, além dele, a sua esposa e seu filho Ronaldi, também aderiram à profissão.

A família zela de 62 túmulos contando com mausoléu e capela. O preço varia de acordo com o serviço prestado. Um mausoléu e um túmulo custam algo em torno de R$ 50 por mês, já uma capela sai por R$ 150. Para ajudar na renda, a família juntam cera de vela e vende a R$ 7 a lata. Quando se aproxima o dia dos finados o expediente se estende até à 20 horas.

Raimundão construtor disse que o cemitério é o melhor lugar do mundo. “É calmo e não tem confusão, alguns tempos atrás assaltantes invadiam o cemitério para roubar os visitantes, mas agora está mais seguro, porque quatro seguranças fazem a ronda aqui”, informou.

Histórias de fantasmas
Durante os 18 anos de profissão, ele conta não ter visto uma pobre alma, mas alguns colegas contam histórias mirabolantes do local. “Um amigo meu costumava comprar merenda no comércio ao lado do cemitério e, um dia, a pessoa que o atendeu estava toda de preto. Ele achou estranho e, quando olhou para traz, o homem virou fumaça”, contou, Raimundão que autorizou a divulgação do seu telefone para quem precisar dos seus trabalhos no cemitério São João Batista: 9145-9869.

Maritacas em Novo Airão


Diário de bordo da visita dos acadêmicos do sétimo período noturno, da FBN a cidade de Novo Airão, interior do AM

Kamilla Mendes

NOVO AIRÃO (AM) - Todas as viagens deveriam ter seu diário de bordo, principalmente as feitas com a turma da faculdade. Por se tratar de um momento único, afinal de contas, um ciclo está se fechando em nossas vidas. Esta viajem, da qual vou relatar, tem um gosto especial e, com certeza, marcou a lembranças de todos que se aventuraram nas ruas de Novo Airão.

A manhã de sexta-feira (10/04) foi marcada pelos últimos preparativos.As peças e objetos essenciais estavam na mala desde quinta-feira: gravador, máquina fotográfica, bloco de anotações, canetas, muitas canetas, espírito de aventura e, claro, um biquíni, caso sobrasse tempo para um mergulho, afinal, ninguém é de ferro!Corre, entra no carro. Mas espera, esqueci o dinheiro da passagem.Volta! Enfim. A balsa do São Raimundo e a espera para saber quem realmente vai, pois, todos estão muito acostumados em seus grupinhos e, se imaginar em uma cidade longe, sem nenhum amigo intimo é de matar.

O relógio anuncia 13h, 13h30 e surge a primeira pessoa. Israel bagunçando, pergunta: o que agente vai fazer mesmo, hein? Só ele para quebrar o gelo. Aos poucos os outros vão se juntando e a bagunça começa: de quem é essa mala? Hei! Você pensa que vai passar um mêslá?! Eita que a Charlene já está comendo o quinto peixe nessa hora!Todos vieram. Então, embarquemos rumo a Novo Airão.

Primeiro entrosamento
Na balsa temos o primeiro momento de entrosamento: brincadeiras, fotos, fotos e mais fotos, piadas e um pastor narrando um culto como se fosse jogo de futebol no celular da Kessia. Quando chegamos ao Cacau Pirêra qual a surpresa que nos espera?! Não tem ônibus direto paro o município. Começa-se uma negociação. Quem oferece um ônibus mais rápido e barato para Novo Airão. Enfim, ganhou um ´carinha´ que fez a passagem por R$ 25 cada.

Depois de tamanha barganha, esperamos quase duas horas pelo dito ônibus, mas embarcamos às 15h30, olha só a nossa ´cara´ na foto acima,que demonstra tamanha felicidade pelas horas de espera.Chegamos à cidade por volta de 18h30. Todos cansados, mas ainda eufóricos. Fomos instalados em duas Pousadas: Anavilhanas e Jaú.Depois de instalados, direto para pizzaria, afinal, jornalista com fome não escreve nenhum lead que preste. Sábado às 7h da manhã todo mundo de pé esperando o seu Liciomar na porta da pousada.

Toc-toc-toc. Jonária passando de porta em porta para acordar cada uma de suas ´sete filhas´. O dia de sábado foi cheio. O itinerário contava com os seguintes pontos de entrevista: Fundação Almerinda Malaquias, Centro de Atendimento ao Turista (CAT), restaurante flutuante BotoCor-de-rosa, restaurante flutuante Leão da Amazônia com, a impressionante paeja de Christoffi Guénée (*), depois fomos à casa do prefeito Leosvaldo Roque entrevistar o vereador Jeziel, líder do prefeito. Demos uma pausa para um mergulho estratégico no Mato Grosso, balneário local, fomos visitar o piscicultor local e voltamos para o ônibus.
* pausa para um pequeno comentário: o melhor da viajem talvez tenha sido a visita ao Leão da Amazônia, não pelo bom atendimento, mas pelo passeio de lancha com muita emoção, repetido duas vezes no mesmo dia.

Ressurgindo das cinzas
Neste exato momento, quando todos estavam cansados e decepcionados coma perspectiva de não produzir as matérias para a disciplina de Telejornalismo, eis que pára em nossa frente um táxi. Para nossa surpresa e felicidade geral da nação, surgem ´das cinzas`, os cinegrafistas Danlucio e Josué. E as atividades reiniciam.

O primeiro a gravar a sonora foi o Israel. Não se sabe como, mas ele conseguiu fazer com que todos os mototaxistas se dispusessem a aparecer em sua matéria. Enquanto nosso intrépido repórter tremia em frente às câmeras o resto da equipe sofria dores de parto ao produzir passagem e sonora de suas reportagens.
Seguimos para o Leão da Amazônia onde Estefânia teve oportunidade de entrevistar o senhor Christoffi, proprietário do restaurante. Por falta de iluminação não foi possível fazer minha matéria para TV sobre o turismo com os botos. Corremos para o campo de futebol e, a muito a contragosto, a Charlene fez sua parte.

À noite fomos até a praça para ver se as comemorações da Páscoa rendiam algum material. Se não fosse pela falta de iluminação, algumas matérias muito boas teriam sido produzidas. Bom, mas a noite não foi perdida. As mulheres casadas choraram rios de lágrimas ao falarem com seus esposos por telefone. E os solteiros se divertiram passeando na praça e andando de moto.

Visita a Anavilhanas
Enfim, chegou domingo e toda sua expectativa de visitar o tão falado arquipélago de Anavilhanas. Gravamos minha matéria com os botinhos e, eu repeti exaustivas cinco vezes a mesma pergunta para a sonora. Todos se divertiram alimentando os botos, enquanto eu trabalhava. Participamos e fomos a uma das atrações da páscoa das crianças. Também voltamos a ser criança, cantando e dançando ao som de Balão Mágico.

Em seguida, Embarcamos na lancha de nosso sempre fiel piloto Christoffi Guénée e fomos gravar a reportagem da Kássia. Não sei se foi o nervosismo ou o fato de todos a estarem assistindo, mas ela repetiu mais de cinco vezes, sem exagero. Depois, todos caíram na água, com exceção dos ´pregos´ Kamila e Israel, que não sabem nadar.

A viajem de volta teve um quê de despedida. Enfrentamos Sol e chuva e um eventual banho de urina (risos). Vimos o arco-íris duplicado bem ao nosso lado, mostrando a fidelidade de nosso Deus.

Ficou claro que essa viajem foi um marco.Tivemos a oportunidade de nos conhecer melhor. De desabafar, de resolver rixas e de reclamar um pouco e, também de receber o Israel “chorando” por não querer ficar sozinho no quarto. Criamos vínculos mais fortes de amizades e novos laços fraternos surgiram.

Apesar dos contratempos gerados ainda no município, nos mantivemos unidos e nos divertimos muito - e a pessoa em questão se bateu sozinha.Bom, Novo Airão foi isso, um pouco de tudo. Alegria, euforia, gargalhadas, desabafos, nostalgia. Nostalgia de três anos de convivência diária que está ficando para trás, dia após dia. Nostalgia de amizades que poderiam ter sido firmadas aqui, mas que por orgulho ou falta de tempo não puderam acontecer. Contudo, em nossas lembranças sempre vão estar àqueles três dias de trabalho gratificante e os esforços da nossa professora Jonária, que de tanto reclamar, conseguiu se tornar inesquecível.

domingo, 10 de maio de 2009

Cemitério também é atração turística


Aos 105 anos de existência, o Cemitério São João Batista é uma espécie de ‘arquivo morto’ da história do AM

Adriana Araújo


MANAUS - O Cemitério São João Batista, em Manaus, está deixando de ser apenas um local visitado por pessoas que perderam seus entes queridos, para se tornar uma atração turística. O local faz parte da história da região e tem uma importância cultural e arquitetônica para a cidade.

Inaugurado em 05 de abril de 189, pelo então médico Aprígio Martins de Menezes, sepultado no dia 19 do mesmo mês, a necrópole começa a funcionar e torna-se um campo “santo” para algumas famílias.

Em 1905, o superintendente municipal Adolpho Lisboa mandou construir um muro de alvenaria, um gradil e portões de ferro fundido, fabricados em Glasgow, na Escócia, e uma “Capela de Styllo” no lugar de um antigo necrotério. A obra transformou o cemitério em um autêntico lugar de descanso eterno.

No local estão sepultados pessoas importantes da política, das artes e também da cultura amazonense, além das esculturas que permitem identificar as épocas. Entre os nomes que marcaram a história do Amazonas estão: Homero de Miranda Leão, poeta, escritor e também político; Eduardo Gonçalves Ribeiro o “pensador”, como era conhecido o ex- governador do Amazonas do período áureo da borracha e, mais recente, o Senador do Estado, Jefferson Peres.

Viagem no tempo
A visita ao São João Batista, permite viajar no tempo e conhecer mais da história do Amazonas. Entre os túmulos mais visitados está o de “Santa Etelvina”. Nascida no Ceará, a santa de devoção popular, veio para Manaus com o pai na época da extração da borracha. Segundo os mais antigos, ela foi assassinada e esquartejada por um homem, por não ter feito sexo com ele, em seguida, esse homem cometeu suicídio. Um jazido com uma escultura foi construído em homenagem a “santa”, que não é canonizada pela Igreja Católica.

Segundo Raimunda Felix, acadêmica do 7º período de jornalismo da Faculdade Boas Novas (FBN), visitar o cemitério é como visitar um museu. “É impressionante a diversidade de esculturas e estatuetas que encontramos no local, uma mais bem esculpida que a outra. Isso sem levar em consideração as celebridades que estão sepultadas no local, as nos permite conhecer um pouco mais da história”, afirmou.

Revitalização
Recentemente o cemitério passou por um processo de revitalização e reforma organizada pela Prefeitura de Manaus. As obras de recuperação foram desde a restauração dos dois portões de ferro, passando pelas grades que servem de muro, até a reforma da capela do cemitério.

Com 105 anos de existência o Cemitério São João Batista faz parte do patrimônio histórico de Manaus, além de ser corredor cultural com direito a visitas de turistas e estudantes.

De acordo com Arleilton do Vale, que também é acadêmico do 7º período de jornalismo da FBN, é possível encontrar beleza em coisas que passam despercebidas. “Lá podemos encontrar uma lápide, um túmulo, mas principalmente, arte, beleza e história”, declarou.

Balcao de empregos à serviço da comunidade


Projeto desenvolvido pela Associação para o Desenvolvimento Integrado Sustentável (Adeis) funciona em comunidades periféricas de Manaus


Rangel Pessoa


MANAUS - Os moradores dos bairros da Zona Leste da cidade
encontraram uma alternativa para conseguir emprego para a mão-de-obra ativa da comunidade. Eles criaram um programa denominado Balcão de Emprego, que tem como principal objetivo, incluir no mercado de trabalho formal e informal, moradores desempregados.

Desenvolvido pela Associação para o Desenvolvimento Integrado Sustentável (Adeis), o programa atua há seis anos e atendeu aproximadamente 1,4 mil pessoas. A associação possui três sedes na capital, Mauazinho II, João Paulo II e Grande Vitória, todos na Zona Leste.

O programa surgiu da necessidade de os comunitários espantarem o “fantasma” do desemprego. O grande benefício é que muitas vezes o comunitário não tem o dinheiro para comprar o jornal, ele vai até os centros comunitários e ver as vagas disponibilizadas em jornais, internet e nas empresas parceiras em torno do bairro a comunidade e de outras áreas.

Agentes
A Adeis possui pessoas treinadas para desenvolver atividades no balcão: os Agentes de Orientação Profissional - AOP’s. Eles são responsáveis para atender os comunitários. Nesse processo, os agentes cadastram o perfil de cada um, como se fosse um tipo de Recursos Humanos (RH) comunitário. Uma vez que, o comunitário for é inserido no mercado de trabalho, ele passa por um processo de acompanhamento, que vai de três meses a um ano.

Segundo a diretora e responsável pela Adeis Débora Galli, os Centros Comunitários servem de apoio, onde a população tem a oportunidade de encontrar o tão sonhado emprego. Ela enfatiza que o isso é para as pessoas da comunidade e o serviço é de graça. “Na maioria das vezes, o comunitário não tem informações sobre o mercado de trabalho e seus recursos financeiros são escassos, outros não têm nenhum tipo de recurso”, contou.

Beneficiado
Um dos beneficiados do programa foi o operador de máquinas Cledson Lima Vasconcelos (27). Desempregado há duas semanas, ele se dirigiu em uma das sedes comunitárias e conseguiu um emprego. “Eu pensava que ia ficar muito tempo desempregado, por causa dessa crise. Mas, um amigo meu falou do banco de emprego, eu fui até lá e graças a Deus estou trabalhando”, disse Vasconcelos.

O balcão de emprego possui o Serviço de Orientação ao Trabalho (SOT), onde são abordados conteúdos importantes, ministrados através das oficinas de língua portuguesa, conhecimentos gerais, como elaborar um currículum e dicas de como se apresentar em uma entrevista. Cada uma, de acordo com as vagas ofertadas.
O balcão de emprego faz parte de um programa mais amplo, desenvolvido pela Adeis. Atualmente a associação precisa de voluntários, doações (livros, roupas, brinquedos, financeira) e parcerias diversas.

Para contribuir contacte o centro comunitário Movimento Comunitário, no bairro Mauazinho II, Rua Panorama, 76, através do telefone (92) 3618-1019. Há tambpem o Conselho Comunitário do João Paolo II, localizano na Rua Jucá, 9, no bairro João Paulo II. O Centro Comunitário da Adeis fica na Rua Ariaú, 42, bairro Grande Vitória, telefone (92) 3248-5657.

Numismática com exposição permanente

Arleilton Bezerra do Vale

MANAUS - Com a reabertura do Palacete Provincial, em 15 de março deste ano, o Museu da Numismática Bernardo Ramos, que antes funcionava de forma tímida no Palácio Rio Negro, na Avenida 7 de Setembro, Centro, agora ocupa duas salas do prédio com exposição permanente.

O acervo atrai centenas de pessoas diariamente para visitar as moedas antigas e minúsculas barras de ouro da época dos escravos. Os produtos têm chamado atenção dos visitantes. O local possui 17,3 mil peças acondicionadas em 74 vitrines, além de moedas e condecorações Nacional e Internacional.
O museu também tem sido procurado por estudantes para a elaboração de trabalhos acadêmicos. Segundo a estagiária Izinha Toscano, 280 estagiários de cursos diferentes trabalham como guia no local.

Alguns acervos foram adquiridos pelo governo do Amazonas outros, foram doados. Situado no Palacete Provincial, na Praça Helioodoro Balbi, o Museu da Numismática está aberto de terça-feira a sexta-feira, das 9h às 17h. Nos finais de semana, das 10h às 19h, aos sábados e aos domingos, das 16h às 21h.