segunda-feira, 11 de maio de 2009

Maritacas em Novo Airão


Diário de bordo da visita dos acadêmicos do sétimo período noturno, da FBN a cidade de Novo Airão, interior do AM

Kamilla Mendes

NOVO AIRÃO (AM) - Todas as viagens deveriam ter seu diário de bordo, principalmente as feitas com a turma da faculdade. Por se tratar de um momento único, afinal de contas, um ciclo está se fechando em nossas vidas. Esta viajem, da qual vou relatar, tem um gosto especial e, com certeza, marcou a lembranças de todos que se aventuraram nas ruas de Novo Airão.

A manhã de sexta-feira (10/04) foi marcada pelos últimos preparativos.As peças e objetos essenciais estavam na mala desde quinta-feira: gravador, máquina fotográfica, bloco de anotações, canetas, muitas canetas, espírito de aventura e, claro, um biquíni, caso sobrasse tempo para um mergulho, afinal, ninguém é de ferro!Corre, entra no carro. Mas espera, esqueci o dinheiro da passagem.Volta! Enfim. A balsa do São Raimundo e a espera para saber quem realmente vai, pois, todos estão muito acostumados em seus grupinhos e, se imaginar em uma cidade longe, sem nenhum amigo intimo é de matar.

O relógio anuncia 13h, 13h30 e surge a primeira pessoa. Israel bagunçando, pergunta: o que agente vai fazer mesmo, hein? Só ele para quebrar o gelo. Aos poucos os outros vão se juntando e a bagunça começa: de quem é essa mala? Hei! Você pensa que vai passar um mêslá?! Eita que a Charlene já está comendo o quinto peixe nessa hora!Todos vieram. Então, embarquemos rumo a Novo Airão.

Primeiro entrosamento
Na balsa temos o primeiro momento de entrosamento: brincadeiras, fotos, fotos e mais fotos, piadas e um pastor narrando um culto como se fosse jogo de futebol no celular da Kessia. Quando chegamos ao Cacau Pirêra qual a surpresa que nos espera?! Não tem ônibus direto paro o município. Começa-se uma negociação. Quem oferece um ônibus mais rápido e barato para Novo Airão. Enfim, ganhou um ´carinha´ que fez a passagem por R$ 25 cada.

Depois de tamanha barganha, esperamos quase duas horas pelo dito ônibus, mas embarcamos às 15h30, olha só a nossa ´cara´ na foto acima,que demonstra tamanha felicidade pelas horas de espera.Chegamos à cidade por volta de 18h30. Todos cansados, mas ainda eufóricos. Fomos instalados em duas Pousadas: Anavilhanas e Jaú.Depois de instalados, direto para pizzaria, afinal, jornalista com fome não escreve nenhum lead que preste. Sábado às 7h da manhã todo mundo de pé esperando o seu Liciomar na porta da pousada.

Toc-toc-toc. Jonária passando de porta em porta para acordar cada uma de suas ´sete filhas´. O dia de sábado foi cheio. O itinerário contava com os seguintes pontos de entrevista: Fundação Almerinda Malaquias, Centro de Atendimento ao Turista (CAT), restaurante flutuante BotoCor-de-rosa, restaurante flutuante Leão da Amazônia com, a impressionante paeja de Christoffi Guénée (*), depois fomos à casa do prefeito Leosvaldo Roque entrevistar o vereador Jeziel, líder do prefeito. Demos uma pausa para um mergulho estratégico no Mato Grosso, balneário local, fomos visitar o piscicultor local e voltamos para o ônibus.
* pausa para um pequeno comentário: o melhor da viajem talvez tenha sido a visita ao Leão da Amazônia, não pelo bom atendimento, mas pelo passeio de lancha com muita emoção, repetido duas vezes no mesmo dia.

Ressurgindo das cinzas
Neste exato momento, quando todos estavam cansados e decepcionados coma perspectiva de não produzir as matérias para a disciplina de Telejornalismo, eis que pára em nossa frente um táxi. Para nossa surpresa e felicidade geral da nação, surgem ´das cinzas`, os cinegrafistas Danlucio e Josué. E as atividades reiniciam.

O primeiro a gravar a sonora foi o Israel. Não se sabe como, mas ele conseguiu fazer com que todos os mototaxistas se dispusessem a aparecer em sua matéria. Enquanto nosso intrépido repórter tremia em frente às câmeras o resto da equipe sofria dores de parto ao produzir passagem e sonora de suas reportagens.
Seguimos para o Leão da Amazônia onde Estefânia teve oportunidade de entrevistar o senhor Christoffi, proprietário do restaurante. Por falta de iluminação não foi possível fazer minha matéria para TV sobre o turismo com os botos. Corremos para o campo de futebol e, a muito a contragosto, a Charlene fez sua parte.

À noite fomos até a praça para ver se as comemorações da Páscoa rendiam algum material. Se não fosse pela falta de iluminação, algumas matérias muito boas teriam sido produzidas. Bom, mas a noite não foi perdida. As mulheres casadas choraram rios de lágrimas ao falarem com seus esposos por telefone. E os solteiros se divertiram passeando na praça e andando de moto.

Visita a Anavilhanas
Enfim, chegou domingo e toda sua expectativa de visitar o tão falado arquipélago de Anavilhanas. Gravamos minha matéria com os botinhos e, eu repeti exaustivas cinco vezes a mesma pergunta para a sonora. Todos se divertiram alimentando os botos, enquanto eu trabalhava. Participamos e fomos a uma das atrações da páscoa das crianças. Também voltamos a ser criança, cantando e dançando ao som de Balão Mágico.

Em seguida, Embarcamos na lancha de nosso sempre fiel piloto Christoffi Guénée e fomos gravar a reportagem da Kássia. Não sei se foi o nervosismo ou o fato de todos a estarem assistindo, mas ela repetiu mais de cinco vezes, sem exagero. Depois, todos caíram na água, com exceção dos ´pregos´ Kamila e Israel, que não sabem nadar.

A viajem de volta teve um quê de despedida. Enfrentamos Sol e chuva e um eventual banho de urina (risos). Vimos o arco-íris duplicado bem ao nosso lado, mostrando a fidelidade de nosso Deus.

Ficou claro que essa viajem foi um marco.Tivemos a oportunidade de nos conhecer melhor. De desabafar, de resolver rixas e de reclamar um pouco e, também de receber o Israel “chorando” por não querer ficar sozinho no quarto. Criamos vínculos mais fortes de amizades e novos laços fraternos surgiram.

Apesar dos contratempos gerados ainda no município, nos mantivemos unidos e nos divertimos muito - e a pessoa em questão se bateu sozinha.Bom, Novo Airão foi isso, um pouco de tudo. Alegria, euforia, gargalhadas, desabafos, nostalgia. Nostalgia de três anos de convivência diária que está ficando para trás, dia após dia. Nostalgia de amizades que poderiam ter sido firmadas aqui, mas que por orgulho ou falta de tempo não puderam acontecer. Contudo, em nossas lembranças sempre vão estar àqueles três dias de trabalho gratificante e os esforços da nossa professora Jonária, que de tanto reclamar, conseguiu se tornar inesquecível.

Um comentário:

  1. Olá pessoal, por pouco esse diário não seria compartilhado com todos vocês (é que minha memória falha estava aflorada!!!), mas enfim, aqui está. Espero que gostem. Ah, lembrem-se: nosso próximo roteiro deve ser Presidente Figueiredo, onde deveremos fazer matérias utilizando outras ferramentas, como vídeo, por exemplo.
    Abraços a todos.
    Jonária França

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