domingo, 10 de maio de 2009

Cemitério também é atração turística


Aos 105 anos de existência, o Cemitério São João Batista é uma espécie de ‘arquivo morto’ da história do AM

Adriana Araújo


MANAUS - O Cemitério São João Batista, em Manaus, está deixando de ser apenas um local visitado por pessoas que perderam seus entes queridos, para se tornar uma atração turística. O local faz parte da história da região e tem uma importância cultural e arquitetônica para a cidade.

Inaugurado em 05 de abril de 189, pelo então médico Aprígio Martins de Menezes, sepultado no dia 19 do mesmo mês, a necrópole começa a funcionar e torna-se um campo “santo” para algumas famílias.

Em 1905, o superintendente municipal Adolpho Lisboa mandou construir um muro de alvenaria, um gradil e portões de ferro fundido, fabricados em Glasgow, na Escócia, e uma “Capela de Styllo” no lugar de um antigo necrotério. A obra transformou o cemitério em um autêntico lugar de descanso eterno.

No local estão sepultados pessoas importantes da política, das artes e também da cultura amazonense, além das esculturas que permitem identificar as épocas. Entre os nomes que marcaram a história do Amazonas estão: Homero de Miranda Leão, poeta, escritor e também político; Eduardo Gonçalves Ribeiro o “pensador”, como era conhecido o ex- governador do Amazonas do período áureo da borracha e, mais recente, o Senador do Estado, Jefferson Peres.

Viagem no tempo
A visita ao São João Batista, permite viajar no tempo e conhecer mais da história do Amazonas. Entre os túmulos mais visitados está o de “Santa Etelvina”. Nascida no Ceará, a santa de devoção popular, veio para Manaus com o pai na época da extração da borracha. Segundo os mais antigos, ela foi assassinada e esquartejada por um homem, por não ter feito sexo com ele, em seguida, esse homem cometeu suicídio. Um jazido com uma escultura foi construído em homenagem a “santa”, que não é canonizada pela Igreja Católica.

Segundo Raimunda Felix, acadêmica do 7º período de jornalismo da Faculdade Boas Novas (FBN), visitar o cemitério é como visitar um museu. “É impressionante a diversidade de esculturas e estatuetas que encontramos no local, uma mais bem esculpida que a outra. Isso sem levar em consideração as celebridades que estão sepultadas no local, as nos permite conhecer um pouco mais da história”, afirmou.

Revitalização
Recentemente o cemitério passou por um processo de revitalização e reforma organizada pela Prefeitura de Manaus. As obras de recuperação foram desde a restauração dos dois portões de ferro, passando pelas grades que servem de muro, até a reforma da capela do cemitério.

Com 105 anos de existência o Cemitério São João Batista faz parte do patrimônio histórico de Manaus, além de ser corredor cultural com direito a visitas de turistas e estudantes.

De acordo com Arleilton do Vale, que também é acadêmico do 7º período de jornalismo da FBN, é possível encontrar beleza em coisas que passam despercebidas. “Lá podemos encontrar uma lápide, um túmulo, mas principalmente, arte, beleza e história”, declarou.

Um comentário:

  1. estou em busca de registros para aprimorar meu projeto sobre o cemiterio como segmento turístico em nossa cidade, adorei saber que há tbm pessoas que possuem interesse sobre esses marcos históricos, que pelo increvel que pareça nao são reconhecidis como deveriam em manaus
    obrigasa pelas informaçoes

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