quarta-feira, 25 de março de 2009

Estudar com os pais

Altimar Nascimento

MANAUS - Até bem pouco tempo estudar na mesma turma de faculdade do pai ou da mãe era considerado o maior “mico” pelos jovens acadêmicos. Hoje, dividir a atenção dos professores, a mesma instituição de ensino e, em certos casos, até a mesma sala de aula, virou motivo de orgulho para muitos universitários, que passaram a incentivar os “coroas” a voltarem para o banco escolar em Manaus.

Na Faculdade Boas Novas (FBN), no bairro Japiim, Zona Sul, por exemplo, é comum encontra pais e filhos dividindo o mesmo espaço geográfico da sala de aula em busca de conhecimento e crescimento profissional. É de Maria Conceição Matos (57) e Lidiane Matos (24), mãe e filha respectivamente, que cursam o 7º período de Comunicação Social, habilitação em Relações Públicas.

Mãe e filhas estão juntas na instituição de ensino desde o ano de 2006, quando foram aprovadas no processo seletivo. De período em período elas dividem a mesma sala há quase quatro anos.
A mãe é enfermeira técnica e tem jornada dupla. Trabalha em dois hospitais. O Pronto Socorro Criança (Caymmi), no bairro da Compensa, Zona Oeste, e no Hospital Adriano Jorge, no bairro Cachoeirinha, Zona Sul.

Ela trabalha duas vezes por semana em cada hospital e, mesmo assim, consegue dar conta da faculdade. Tudo porque a filha a incentiva a continuar quando as forças estão chegando ao fim. “Ás vezes fica difícil conciliar andar de ônibus, morar distante da faculdade e ainda chegar tarde em casa. Mas eu a ajudo bastante”, disse a filha Lidiane.

Ciúmes
Recém casada – dois meses de casamento – Lidiane se considera a filha coruja. Tem ciúme da mãe na faculdade e às vezes fica irritada com as coisas que ela fala em sala de aula, ao mesmo tempo em que se surpreende com a espontaneidade de Conceição.

Para Lidiane, estudar com a mãe não é vergonha nenhuma As duas só fazem trabalho juntas e nos seminários estão sempre na mesma equipe. Quando acontece uma exceção de ficarem separadas é por sugestão do professor. Apesar de toda amizade, elas sentam distante uma da outra, mas sempre colaboram na hora de fazer os trabalhos. “Na sala de aula ela é como se fosse apenas colega de curso”, ressaltou Lidiane, ao falar sobre a relação de ambas durante as aulas.

Tanto a mãe quanto a filha concordaram que essa experiência fortaleceu os laços de amor. O convívio em sala de aula ajudou as duas se conhecerem melhor.

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